quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

UM GRITO DE MULHER

                                                               

Uma mulher gritou muito alto e todos puderam ouvir:
- Um dia você ainda vai se arrepender! Você vai me dar valor!
Que arrependimento será esse que todos nós, ouvintes, torcemos para que aconteça? E o silêncio se faz.
Repetir quantas vezes tiver fôlego para fazê-lo não irá fazer o passado voltar. Nem assim ele irá deixar de sair de casa e esquecê-la.
Tudo acontece sem perspectivas de um novo acontecimento que faça os dois continuarem a vivenciar o que um dia se dispuseram fazer acontecer, mas acontece.
Por mais que a mulher queira dominar a situação ou se rebaixe para que tudo fique como era antes, o assunto está decidido e a frase dita, fazendo todos os ecos penetrarem em ouvidos desconhecidos que sofrem no exato momento a dor da separação.
Naquele momento, não há mais mãos acariciando, ouvidos pronunciando palavras de amor. E o encantamento acaba de sair pelas quatro paredes e somente repercutir: vingança.
Helyete Santos

domingo, 11 de dezembro de 2011

ACABO DE CONCLUIR

                                                    


Os meus hábitos nem sempre estão de acordo com as minhas necessidades.
Uma mulher criança está na lembrança dos dias felizes. Nem sempre delimitados, com descrições perfeitas. Os laços dos vestidos,muitas vezes não combinam com os tons impregnados do tecido, mas era assim que vestíamos os vestidos com renda nas golas e saias de pregas abaixo dos joelhos.
Hoje, muitas de nós, sentem-se incomodadas ao se olharem no espelho: os laços continuam não combinando com os vestidos.
Nós nos deixamos vestir sem a graça da esperança e sem o limite da alegria.
Fazer o que não se tem vontade, o que não se acredita, desfaz o gosto de tudo e tudo parece romper em medos e tristezas. São medos que estão nos atos que não fazem o melhor que se pode fazer.
É assim que, coberta de orgulho, a mulher mente a si mesma e sai pelas ruas ostentando brilhos para disfarçar a macabra febre de existir.
Lógico: quem não se encontra, não encontra a alegria que a Vida esparrama sob nossos pés.
E os laços prendem, amarram, incomodam. Caem e se relaxam. São pisados. E não fazem mais parte do vestido.
Sentir-se assim é deixar de viver o momento mais precioso que a Vida oferece.
Se, por estar sozinha, mesmo com filhos, marido, e todos os amigos à volta, faz parte do teu cenário, é hora de trocar o laço e ainda: tirar o vestido. Cobrir-se, só de glórias e conquistas, como aquelas que, quando criança, abriam-se para o Universo das gargalhadas: puro prazer de fazer o que se quer e quando se quer.
As necessidades existem, mas podem ser manipuladas e tratadas como o exercício do alcance ao prazer.
A Vida nos dá, como mulher, a menina de lindos cabelos, esvoaçando ao vento ameno, caminhando com os pés leves sobre o caminho do bem; elevando as mãos e carregando a força da própria Vida.
E o vestido?
É lindo!
E o laço?
É maravilhoso!
Mas...se quiser, mude!
Helyete Santos

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

NA SOLIDÃO

Vamos deixar de lado os medos e as carências, se assim quisermos.
É fato que, no passado, ainda bem pequenos, nos deixavam trancados em quartos
( muitas vezes escuros ) e o legado aí está: medo de ficar sozinho e de todo o escuro que não
se configurar como falta de claridade. Nossa! Que escuro será esse?
Com isso, então, é preferível estar acompanhado. Mas será só isso?
Diante de tantos medos vem o da solidão, que para muitos torna-se pavor. Então a vida fica
aliada a um futuro que tem como meta não ficar só.
É assim que muitos fazem de tudo para manter amigos que chamam de “leais”. Só para tê-los
como parceiros, simplesmente alguém ao lado.
A solidão engaveta desenganos. E engaveta a coragem para um novo dia.
Convivemos muito bem sozinhos se temos a própria “vida” como companheira. Ouvir
uma música, enfrentar um computador, ler, fazer um prato diferente para o almoço, equilibrar
a xícara de café, dizer alô, cumprimentar alguém sorrindo são excelentes referências
ao ato de estar só, e estar bem.
Asolidão reina também nas grandes festas, onde não se dispõe do companheirismo verdadeiro, não sentimos nenhum olhar, nem palavras aos ouvidos.
E nem ouvidos para dizer aquilo que o coracão poderia e gostaria de revelar.
Preparar as flores para a grande primavera revela o que basta para ser por inteiro.
Somos o tempo. Somos tudo e bastamos para a vida.
Importa a própria forca da vida para deixá-la seguir e sentir que podemos emergir com
alegria.
Estar só é apenas um momento de legado que facilita a reflexão de, em outros momentos
juntos, viver a intensidade do próprio momento.
Helyete Santos

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SÓ PACOTES DE BOLACHAS

Só pacotes de bolachas
É verdade. O tempo passa e torno-me mais atenta aos mais velhos.Observo suas fisionomias, por exemplo dentro de um supermercado, cercados de criancas correndo, chorando, mulheres confidenciando, gargalhando, homens atentos às listas de produtos ,mas eles não mudam.
Muitos trazem a expressão de mágoa contida, passando por labirintos que lhes oferecem conquistas, mas sentem-se impotentes.
Assim observei uma senhora com suas compras penduradas em seus bracos e que deixava dois pacotes de bolachas para trás sempre que a soma ia aparecendo na tela.
Suas mãos, às vezes tremiam, na inseguranca do desejo. Afinal, vai dar ou não?
Olhava para os pacotes como se estivesse se despedindo de alguém muito querido. E foi o que aconteceu.
Seus trocados se acabaram. E ficaram ali, frente à pergunta : Não vai levar as bolachas?
O desejo do doce para amenizar uma terrível fome. Em sua cabecinha deveria ouvir mais uma vez...isso não é necessidade, da outra vez eu compro e como.
Durante quanto tempo assistiremos a cenas tão tristes como esta: a pobreza disfarcada.

Helyete Santos

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ACEITAR OS ACONTECIMENTOS

Admitir as perdas é assunto para longas páginas.
Assumimos desde muito cedo, bem pequenos ate', que temos e devemos deixar para longe dos nossos olhos e mãos, pecas queridas e preciosas
de nossas conquistas, como a fralda, por exemplo.
A principio, não faz nenhuma diferença. Afinal, é só um treino para uma conquista, um degrau a mais no nosso aprendizado.
Pode parecer uma reunião de lobos interferindo no que chamamos de nosso. E é tudo sempre para o nosso bem, para as nossas futuras conquistas.É o que eles dizem .É sempre o que eles dizem e o que temos de ouvir e aceitar.
Assim, com o passar do tempo, depois de muitos treinos, onde nos sentimos até muito afins com os lobos, passamos a fazer parte de reuniões secretas com nossa alma e decidimos, só entre nós, deixar tantas coisas, se é que podemos chamar de coisas.
Acordar e agradecer a Deus pelo dia, com metas e atitudes bem elaboradas, ainda acrescenta muitos valores na nossa vida. Então, é só continuar.
Num dado momento, quando a perda é muito densa e sombria, percebemos que não aguentamos mais a parceria.Fomos fieis a seus mandos e mandados, mas
nada pode ficar tão descompensado que não possa ser mudado.
Talvez as lembranças de um passado com cenas felizes nos traga a forca necessária, ou olhar pela janela, arrumar um armário, ler um e-mail,ou voltar-se bem pra dentro daquele rombo de magoas, rir delas e assumir que hoje é um novo dia.
Assim, as perdas serão aceitas como divinas comédias, paradas que demos diante de nosso tempo.
Os ciclos se estabelecem à nossa frente como uma prova que faremos na escola, para um diploma necessário à profissão que escolhemos que, aliás, temos certeza que nos trará muito prazer.E mais um acontecimento constata que, muitos daqueles que julgamos perversos para nós, são causas de um novo dia, de um novo tempo. Uma nova etapa, com novos objetivos, novos compromissos, novos aprendizados, novas alegrias.
Aceitar é tarefa árdua, porque requer mudanças. Quando constatamos que não há mais o que fazer, mudamos a tarefa e trabalhamos com outra e por outra.
Mas só quando não der mesmo. Só quando a certeza estiver dentro da sua visão divina de ter feito tudo o que poderia fazer.
Como disse um colega de trabalho outro dia -Não dá mais? Vire a página.


Helyete Santos
           

O TAMANHO DA TUA VIDA

O TAMANHO DA TUA VIDA






Parece que, para possuirmos o conceito de sermos bem sucedidos, valem apenas duas palavras: grande ou pequeno.
O termo médio, é lógico, existe, mas para definirmos com precisão, só eles devem ser utilizados.
Muitas vezes nos dispomos a uma prova sutil para continuarmos a medir o tamanho da Vida. Paramos frente a um espelho
e nos damos conta de tudo à nossa volta e nos sentimos rodeados de um público que anota, grava, filma e sente nossos desejos: grandes ou pequenos?
Não dispomos de um momento certo e adequado, são quase todos medidos e avaliados para recebermos o diploma de grande ou pequeno.
Não me pergunte de qual especialidade este diploma é válido. Vou, no entanto, me deixar levar e, para isso, quero ter sempre o melhor.Melhor quer dizer ser única, sem comparação, excepcional, grandiosa e grande.
O conceito de pequeno parece que só é válido quando não conseguimos realizar nossos desejos. E eles tornam-se pequenos, assim como nós. Quase invisíveis perante a Vida.
O meu amor, a dor que sinto; meus pais, a família e amigos; o carro que possuo,o restaurante japonês do final de semana...tudo é grande!
As conquistas são assim: grandes demais.
Essa grandeza se resume nas pequenas maravilhas do agora.
É preciso atentar que o grande passa a ser imensurável e inatingível quando me distancio do que eu, de fato, posso e deixo me aproximar de tudo o que não faz parte de mim.
A gente se perde procurando o que não é compatível com o processo da nossa existência - com o processo que é meu. É o equilíbrio do que eu sou, do que eu tenho e do que eu sei saber querer.
Durante o meu processo, várias alternativas são mostradas num lindo cartão.
É preciso o discernimento para escolher as melhores fotos e transferi-las para o grande ou pequeno fato da vida. E olhe que são
muitos! Absurdamente muitos. E rápidos.
A Vida é infinitamente imensurável e me dou conta do pequeno ser que sou perante Deus.
Afinal, pequeno ou grande, o tamanho é ilusório, porque se revela no momento que existe. Mais alguns instantes e passo a remanejar todos os fatos e vê-los com outros formatos, com novas cores e sentimentos que passam a explodir dentro de mim.
Para todos os efeitos,tudo o que eu vivo tem que ser maravilhoso, lindo.
E aí, sim...grande.

Helyete Santos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

OUVIR E TOLERAR

OUVIR e TOLERAR

Tomara que, em todos os relacionamentos, houvesse um participante capaz de ouvir.
Nos mais singelos romances alguém ouve, toca, cala, sente.
Vê- se nos bancos dos jardins velhinhos e jovens namorados na paisagem simples: lado a lado, um pegando na mão do outro. E
apenas um deles confessa. O outro escuta a confissão.
Quantas vezes estamos preparados para dizer frases agressivas, decoradas com capricho. Mas ao olhar tranquilo e pacificador
nos tornamos incapazes de uma só palavra. E mudamos o curso da conversa.
Ainda melhor e mais bela torna-se a Vida quando, além de ouvir, passamos a tolerar o que ouvimos e quem ouvimos.
Basta que a bendita tolerância, como um ato constante de amor, esteja erguida na mente de cada um para uma convivência serena.
Aprendemos que, aquilo que seria para nós a grande verdade, pode ter outros grandes valores e cores próprias, tornando o percurso
mais simples e sublime.
Ouça teu amigo. Certamente ele terá um caminho de muitas novas alegrias a te oferecer.
Ouça teu inimigo. Talvez não tivesse havido tanta maldade como aquela que penetrou em seu coração e que só haveria necessidade de mais
um pouco de compreensão para que se transformasse em bem.
A gente cresce assim: ouvindo, repetindo, tolerando, mudando.

Helyete Santos

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ESPACOS E MEDIDAS

Espaços e Medidas


As medidas, para as mulheres, são alguns dos principais problemas para serem resolvidos. E constantemente.
Busto, quadril, cintura, coxa e todas as gordurinhas são vistas e previstas no tempo. Que sufoco de vida!
Será que é por isso que medimos tanto o espaço do nosso companheiro?
Liberdade! É uma das grandes causas das discussões. Eles querem jogar futebol às quintas. Depois o chopp. E aí
o espaço torna-se imensurável. Aliás, passar na academia, ou comprar um tênis provoca, como muitos outros motivos, o motivo
maior das nossas mágoas: "eu não vou com você? "
E lá vai a nossa insegurança em altas bandeiras, mostrando-se ao vento.
Chorando, irritadas, abatidas e sem-vontade de falar - é mais um aquecimento para a dor do coração. Quanta tristeza!
Ah, mulheres!
Controlar também os passos dele já é muita medida.
Se trocássemos as medidas pesadas e aliadas às do relógio por abraços e beijos com muito carinho, acredito que a vontade
deles estarem junto a nós seria bem maior. Mesmo porque não precisaríamos reajustar a energia da insegurança incontida.
Não é porque existam espaços no relacionamento que não exista aproximação.
É preferível a paz em quilômetros do que a guerra flagrada em cada olhar que já não veja mais o outro com admiração.
Às mulheres controladoras: o respeito a você é imprescindível, certo? Então, vejam seu companheiro como um ser independente.
Já foi a época em que se dizia: achei a minha metade!
Somos inteiras. Eles também.
E podemos ser inteiras e flexíveis. E aí vem o equilíbrio.
Talvez sua história ainda necessite desse aprendizado.
Antes que ele corra para o espaço ao lado para encontrar um novo - com medidas mais amplas - digamos assim: mais confortáveisl.

Helyete Santos

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MULHER EM POTENCIAL

                

Mulher em potencial


Quando eu passeava pelas ruas, olhava os casais que também caminhavam e só via estampado em seus rostos a tal da felicidade.
Eles eram mais alegres e tinham conquistas que eu sabia que nunca poderia alcançar.
Os jovens sorriam e, muitas vezes, gargalhavam bem alto mostrando suas pequenas conquistas em forma de tesouros para que todos soubessem
que nos quartos abafados e nas vielas mal cheirosas todos podem sorrir.
Como compartilhar as esperanças de um dia melhor se não se tem com quem falar ou olhar?
É essa a amargura da separação.
A procura parece infindável. Uma procura que ninguém sabe do que, nem de que, nem de quem. É só o vazio que corrói dentro da gente e tritura todas
as amarguras. Amassa e amarrota todas as alegrias.
No entanto, o tempo revela por inteiro aquilo que temos de bom e que, até então não conhecíamos: o nosso potencial.
Num dia qualquer, nos deparamos com a janela do quarto e vemos uma nesga de luz penetrando. Parece que ela nos diz que,ao mesmo tempo que a
enxergamos entendemos o que podemos fazer com ela.
Tudo passa a conter luz, por pouca quantidade que seja.
Sinto que já posso tocar nos objetos que ele deixou, que faziam parte da saudade. Como se estivessem lacrados pela dor do ontem.
Hoje tenho forcas que vieram não sei de onde, mas que possuo e posso até distribuir a quem de mim se achegar.Até ele, quem sabe.
Na solidão tenho a energia de estar só, mas sem sofrimento. E de transformar meu momento em frascos repletos de vida.
Vida que está aqui, dentro de mim. Nunca deixou de estar. Só havia esquecido como ela é linda.

Helyete Santos

domingo, 20 de novembro de 2011

ANDO DEVAGAR

ANDO DEVAGAR PORQUE JÁ TIVE PRESSA.....
...e levo o meu sorriso porque já chorei demais....(Renato Teixeira)

"Tudo para ontem"...a palavra de ordem é o imediatismo!
Alcançar o máximo no mínimo de tempo e de esforço
Muitos pais sufocam seus filhos com tantas obrigações...
Escola, judô, ballet, ingles, espanhol, computação, ginástica, violão....e se sobrar um tempinho até podem brincar!!!
Tá brincando? Depois de tantos compromissos voce acha que uma criança ainda tem pique prá brincar???
Quem sabe amanhã, ou o mes que vem...o ano que vem, ou quando for velho!!!
O filho tem que ser "o melhor". O mais lindo, o mais inteligente e conhecer o máximo que puder antes dos outros.!
Uma competitividade absurda que atropela as fases, o tempo e tira a alegria da descoberta lenta. O sabor de desvendar sua vocação, seus dons  e sua missão de vida.
Claro que podemos e devemos oferecer e incentivar as crianças, mas respeitando o seu "time" o seu "feeling", os seus desejos e sua vontades.
O passo tem que ser emitido no compasso. Na  exata cadencia.
apenas se comprometendo com os momentos que a Vida permite exercer.
Crianças estão amadurecendo muito rápido e não raro já sabem o significado da palavra- depressão!
Não plantamos uma semente a noite e colhemos seu fruto pela manha.
O choque com a velocidade do tempo, a inquietação, a irritabilidade e o atrito dos adulto, infelizmente está repercutindo em um amdurecimento forcado.
A vida exige paciência! Precisamos sorver mais cada acontecimento, até os desagradáveis, porque são eles que nos ensinam e evitam possíveis repetições de erros no futuro.
A consciência de que nem sempre seremos os primeiros ou chegaremos na frente, não nos impede de continuar lutando com garra e determinação.Quantos não chegaram em vigésmi  lugar e foram muito mais felizes do que aqueles que sempre quiseram ter o primeiro !!!
Saber que não poderemos abraçar e conhecer o mundo inteiro não nos afasta a vontade de planejar a próxima viagem.....
Ando devagar para espreitar as conquistas e saudar as novas esperancas.
Este e'o tempo que o futuro presente precisa: meus passos. 
                                                                                                  HELYETE e SILVANA
 
 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O PRAZER DO FRACASSO

                                                         O prazer do fracasso
   Vejo casais em guerras constantes.
   Parece que, para não usarem armas de fogo, usam armas secretas, estabelecidas em códigos e processos
obsessivos - construídas à base do prazer que, para o outro parece terno, amigavel, mas tem uma rede mortal tecida de artimanhas que só o tecelão conhece.
  As aparencias sempre se instalam como benígnas,às vezes até como futeis. Mas vão se modificando quanto mais são utilizadas para o mal e aí mais ardilosas se tornam.
   Há tempos atrás, quando a mulher se instalava somente no lar, não conhecia como manipular este prazer
guerreiro: Vencer - Vencer - Vencer.
   Vencia as barreiras da montagem do lar, a educacão dos filhos e da familia digna e apenas seu espaco como mulher - uma simples mulher.
   Hoje vence quem pode mais.Quando não, em relacão aos próprio filhos. Querem ser mais importantes
e realizadas do que eles. E não para eles.
   Não se deixam superar por ninguém.
   E' triste.
   E, mais triste ainda e 'ver, nestas guerrilhas, a alegria do fracasso do outro.
   Que prazer macabro!
   Eu posso pagar! Eu posso comprar! Eu posso fazer! Delimitam a margem e o espaco do outro.
   E este outro se apaga à luz da Vida.
   Bem, não e'preciso gargalhar em alto e bom som.
   Basta apenas olhar no espelho: Venci!

MARCAS E FERIDAS

MARCAS E FERIDAS

Quando olho no quintal que me cerca, o que me cerca, vejo as mais lindas flores. Mas num súbito momento elas estão caídas pelo chão e, logo após , o vento sopra e, nem mais me lembro das cores que mostravam. O tempo e' assim: frenético. E, `as vezes, parece que sou como ele, tão exasperada que nem me dou conta de quem sou.
E vejo as marcas das pétalas daquelas flores no chão, mais uma vez marcando os espaços por onde se colocavam.
Marcas. Assim são todos os momentos. São sinais que refletem exatamente a mesma curva da esquina que passei sozinha, que corri, que não sabia pra onde ir.
Foram elas, as marcas, que eu permiti que se expusessem sobre a minha pele, que revelaram o que eu não queria deixar que ninguém visse.
Estas marcas só existem no meu corpo doentio pra revelar que alguma coisa dentro de mim também esta doente.
E esta doença se transforma em feridas que doem e não são queridas pelos olhares. Sejam os meus ou os mais distantes e diferentes.
Esses são os sinais que mais arremessamos ao espelho.
E,para deixar que seus reflexos caiam sobre nos, deixamos também de vê-los.E' uma forma comum, barata de fugir do infortúnio.
E' bom,muito bom, passar para outros quintais. Só' assim podemos transformar as marcas que nos importunam em mais um lindo momento.Vê-las e aceita'-las como parte integrante de nossos desafios.
Aí começa a vontade de querer que algo muito novo e completamente diferente faca parte de nós.
Essas marcas são as medidas de nossas venturas, com desventuras e aprecos de vida.
O que já marcou devera' ser a paisagem com lindas borboletas, céus azuis, novos pares de sapatos pisando um lindo palco e sentindo as luzes de um novo tempo.
Deixar os espaços para novos testemunhos será a marca da chamada alegria. Isso se chama também: começar a viver e sobreviver.


Helyete Santos

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MEIAS MUDANCAS

                                 Meias Mudanças
Um dia, quando alguém me disse: “ Não da’ mais “, procurei dentro de mim as razões  obvias e puras que pudessem me responder : onde eu errei?
Não saber as causas, não e’ resposta para as conseqüências tristes.
Deixar de ser querida e, provavelmente, amada, arranha a alma, descasca o brilho e, vem a dor.
Dor de ser como se e’. E cada um de nós não deixa de ser a caixinha querida que quis ser. Mas, e agora?
Tentar mudar? Por que não mudei antes? Vale a pena? Ainda da’ tempo? Vou conseguir?
              Abatida pelas lágrimas convulsivas, olhei-me no espelho e me deparei... E’. Sou eu.    Esta mulher que muda, que se transforma em coragem.
É a mudança. Mudança que ocorre momento a momento, e que não percebemos.
Agora e’  urgente. E’ fazer o que não fiz e deveria ter feito. Mudar meus espaços, minha telas de lugar, os sapatos, a toalha da mesa, meu visual. Mudar.
Só que, o que alguém quer da gente, nem sempre e’ compatível com o que, de fato, possa dar.
E’ viável que a brandura das minhas atitudes requeira pensamentos também brandos, suaves, repletos de ternura. Mas quando vejo: já gritei, reclamei, me transformei na mulher que ele não quer mais.
Tomar a decisão dos milagres,  sei que não acontece. Para tanto, pouco a pouco reverto o cenário da magoa de mim, por não ser como ele gostaria que eu fosse. Na realidade, como eu deveria ser em atitudes compatíveis comigo.
Aquela mulher do espelho recebeu  um largo sorriso. Reverenciou a vida. Acariciou seus cabelos. Respirou todos os ares. Mudou.
Viu uma mulher decidida. Capaz de aceitar suas grandes qualidades e assumir suas decisões.
A mudança já esta’ feita. Não importa para que lado. Reconquistar este alguém pode ser o que nunca perdi, pois a cada passo, de agora em diante, será o beneficio que ele me trouxe e me traz.
Mudança. E’ assim, por inteira. Afinal, meias mudanças não satisfazem o outro e, muito menos quem muda.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Um Pouco de Bom Humor

              Quando os homens dizem que a maior e melhor qualidade que apreciam em uma mulher e' o Bom Humor, nao deixam de ter razao.
              Ir a um cinema assistir  uma comedia com a plateia explodindo de rir e, ao seu lado o companheiro com cara de sacrificado e triste, de preocupado, sonolento, olhando no relogio, enviando torpedos...
              Bem, mas a mulher e' diferente.
              Sai do trabalho, cumprimenta alguem no elevador que nao responde e sai empurrando a porta pesada do elevador antigo, ignorando a bofetada que deixou pra quem vem atras,que nesse caso e' voce; chega ao metro e entra, mesmo sem querer; chega ate a porta de casa, procura a chave na bolsa,toca o celular, abre a porta, responde ao inquerito do dia `a sua mae, tropeca nos brinquedos do filho menor: olha, de relance, a janela da sala e ve o embacado do vidro que a faxineira deixou; de la de dentro o outro filho grita: - mae, a professora mandou um bilhete pra voce; depara-se com o marido estendido pelo sofa com as latinhas de cerveja pelo chao e as torradas soltas em muitos farelos nas almofadas;novamente os gritos de ajuda pela licao que tem que entregar e a fome apontando no estomago deles e no seu.
             A bolsa pesa um pouco mais com os bracos cansados e a meia volta para trancar a porta.
             Ele nao reparou bem na sua triunfal chegada. Mas pede: - e o meu beijinho?
             Ter de fazer o jantar e arrumar a mesa fazem parte de todo o ritual, mas para ter um ar de familia reunida e unida pelo amor, falta o sorriso.
             Com ou sem TPM, medicos e cientistas confirmam que o bom humor freia a entrada das doencas. Elas nao tomam conta de voce, nem do seu relacionamento.
             Entao... Este e' so' um pedacinho dos testes que a vida nos oferece.     
             E, com toda a habilidade feminina, as perolas que se destacam sobre seu pescoco devem ser colocadas para reluzir toda a sua graca e feminilidade.
             Eles apreciam. 
          

                                  Helyete Santos

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ACONTECE



          Tudo parece tao fragil quando exige a nossa decisao.
               Saber o que se deve fazer, falar, deixar de lado,ate que muitas vezes sabemos, mas definir o que se faz em tudo o que abracamos - causa muitas aflicoes. E haja emocoes!
               Vivemos em constantes remelexos de causas - o porque disso e daquilo - somos grandes conquistadoras da taca "honra ao merito", nao so pelo que dizem os homens, nao,sabemos com todos os fatos que nos cercam, que procuramos respostas adequadas para todas as atitudes de todos: pai, mae, cunhados,irmaos, da empregada e porque nao de todos os homens?
              Mas fica a nossa grande angustia para comprovar os efeitos - justamente por nao estarem, muitas vezes, ligados `as causas que procuramos.E julgamos que sao elas as mais perfeitas. Bem, e o Universo, como fica? Sabe das coisas mais do que nos?
              Se lutamos durante tanto tempo para conquistarmos esse poder e espaco, temos e' que equilibrar,e com astucia, a " copa " ganha.
              O equilibrio revela-se mais necessario quando temos vontade de largar tudo e sermos paparicadas, perante a sociedade como dondocas- aquelas que nao podem resolver tudo sozinhas- precisam de colo.
              A madrugada avanca, o despertador toca,o espelho anuncia que voce precisa melhorar
o visual, o cafe te espera para ser feito- porque, pronto, so' tem o po' - e mais um dia que lhe permitira' ser mulher. Como sempre, uma grande mulher diante de voce.
              Se a valorizacao deste " grande" nao acontece perante a familia, isso e' motivo de grandes desgastes, desesperos.
              So' nos sabemos o esforco e a garra para tantas manhas acontecerem apos tantas noites de desilusoes e esperancas.
              E'. A mulher e' assim. Acontece.
                                                               Helyete Santos