domingo, 24 de junho de 2012

AMIGAS PARA SEMPRE

Quando você puder dizer que tem amigas para sempre, é sinal de que recebeu um grande presente do Universo. Poderá sentir-se abençoada. Poucas de nós foram acompanhadas por duas amigas, empurrada numa cadeira de rodas, com o pé quebrado, para uma viagem aos EUA e, ainda por cima , com muitas risadas e votos sinceros de uma “Boa Viagem”.
É fato que todas carregam milhões de qualidades, mas se destacam com seus diferenciais. Suas notas especiais e que, por isso, são nossas amigas junto aos nossos diferenciais também. E não apenas conhecidas. Aquelas que pouco se importam com você.
E assim, recebemos, como se estivessem escondidas atrás dos e-mails a presença distante, quando não podemos ser abraçadas de fato e trocamos energias de bênçãos e palavras ao ouvido.
Aquelas que ligam para ouvir a sua voz e sabem, no primeiro “Alô”que você não está como é e que precisa do colo amigo para despejar as aflições do dia e se dispõem a ajudar, procurando soluções que aliviem, mesmo não sendo aquelas que você gostaria de ouvir.
São as que trocam confidências sinceras e, nem para citar como exemplo, contam a outras o que aconteceu com você. São amigas confidentes, capazes de ouvir, entender, trocar e silenciar.
E, quando você está na chamada "pior", deixam suas coisas de lado e vão ajudá-la, dispondo de toda a boa vontade para que você se saia melhor, sem cobrar nada, nem sequer no olhar.
Amigas para sempre se envolvem na sua tristeza, embalam seus conflitos com a energia da coragem e dão todas as gargalhadas possíveis, bem alto, vibrando com o seu sucesso, aplaudindo com ternura a oportunidade de estar ao seu lado no momento do seu sucesso.
Sei que o que importa é o agora, mas também sei que o meu agora só existe porque o que tenho de mais importante são as amigas que posso chamar de minhas. Então, é tudo o que tenho.

HELYETE SANTOS

sábado, 23 de junho de 2012

ESPAÇOS REPLETOS

Parece que a ganancia não se envolve com remorsos. Conquista-se algo que muito se quer, mas no grande momento que se encontra em nossas mãos o referido objeto, que pode ser desde um sapato para a festa até um fogão novo, ou a pessoa com a marca mais desejada do pedaço e do momento, assume-se a hipótese de que só isso não é bem o que se queria, é um pouco e nada mais.
A gente percebe que não recebeu aquilo que precisava, que seria o fundamental, mas apenas o que se quer, que não basta em nenhum momento para nos agradar, ou complementar o nosso espaço desunido e quadrado, com cantos em ângulos disformes, sem chão nem paredes. E aí percebemos que nunca demos o que tínhamos. É como uma despensa atulhada de coisas vazias em espaços repletos e intermináveis .
Está tudo envelhecido porque nada saiu de lá. Nada foi reciclado, não se transformou. Cheira mal. Nada foi doado de coração aberto. Está apenas, nada mais.
A Vida nos dá tudo o que precisamos e precisamos doar tudo o que temos. O que pareceria entulho, que atravanca e enche, será transformado numa fábrica de talentos diversos e lindos, aqueles que não sabíamos, mas estavam encobertos bem dentro de nós, bem à nossa frente, bem. E só.


HELYETE SANTOS
helyetesantos@hotmail.com

sábado, 16 de junho de 2012

QUE SEJAM FELIZES PARA SEMPRE



       
Que tamanho imenso, sem começo nem fim. Tão grande que não cabe na mente de cada um de nós, porque ainda não sabemos definir, dentro do sentir, tudo o que se diz sobre a tal felicidade que todos buscam e colocam no enlace matrimonial para ser desfrutada. Para isso, dizem que até comemorarmos bodas de ouro,pelo menos, deverá ser vivido sem interrupções, nem deslizes. Lógico, é muito.
É então que damos um basta bem rápido e não aproveitamos tanta felicidade desejada, nem tanto sempre assim. Convertemos tudo num bolo com lindas velinhas, entre cremes perfeitos e derretemos na boca o mais suave sabor de ser feliz. Tão lógico como sentimental, quando não sabemos diferenciar a marmelada da goiabada. Fica só tudo muito doce descendo passo a passo em nossa garganta.
Mas nem por isso os desejos deixaram de ser feitos a nosso favor e o Universo os recebeu e está pronto para nos favorecer. Para deixar certo e confirmado de que faz muita coisa por nós.
O coração explode de tanto bem e passamos a querer pular numa escola de samba em vez de dançar a valsa diante dos convidados.
Depois do tempo contado minuto a minuto sem continuar a valsar, deveríamos condensar essa energia toda num frasco emoldurado em laços de vida. E assim, não teríamos nada do que nos arrepender. Ah! Se eu pudesse voltar atrás!
O sempre pode ter durado pouco na contagem do relógio de pulso, mas durou a eternidade que tinha para durar dentro de nós, em nosso frasco precioso. Talvez, com tanto esmero que lhe foi dado, deixamos de perceber que ao lado havia um outro, tão precioso, que poderia alterar com sua energia, toda a felicidade que se chamaria: felizes para o tempo que deveria durar.
Helyete Santos

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A VERDADEIRA ORAÇÃO

              
Tenho encontrado por aí muitas pessoas desesperadas com muitos porquês, com muitas razões que são as suas, que talvez não abalem as outras pessoas porque estas estão com as razões mais severas que a vida poderia lhes aplicar.
E assim, um dia você se depara com aquela que, quando resolve se abrir em choros, querendo um colo amigo, simplesmente responde com um tom enfático que a razão dela é muito maior e lhe dá todos os argumentos possíveis, até você começar a chorar por ela e achar que chora por algo que, de fato, não tem tanta importância ou não é tão grave frente ao dela.
Ao chegar em casa vai se sentir refortalecido e agradecer a Deus e, quem sabe, oferecer uma oração àquela que te fez ver que tudo pode mudar e que seu caso não é tão sério. É só o mais importante do mundo.
Mas logo que os minutos passam, sua angústia revela que a calma e a resignação foram apenas temporários. Agora, a quem se voltar?
Se voltarmos no tempo, nos perguntaríamos se um dia fizemos uma oração verdadeira, aquela que fala do fundo de nossa alma para o Universo, diretamente conectado ao Plano Maior. E vamos repetir a dose.
Não será preciso vocabulário específico, nem hora marcada, nem andar pelo lindo jardim da praça olhando o céu azul. Basta ser verdadeiro nas propostas, admitir os erros passados e se propor a mudanças. Aliás, ser verdadeiro é o maior obstáculo. Somos muito refratários a ele.
Parece que não crescemos, que somos incapazes, pequenos demais diante de tantas loucuras e tão grandes. Todos esses questionamentos esperam uma resposta para serem resolvidos. E ela virá. Pode ser que não consigamos entendê-la no momento, porque a voz que nos fala é sonora demais e nossos ouvidos não a definem com facilidade, mas ela será traduzida ao nosso coração quando nós quisermos, de fato, ouvir e estivermos prontos.
Por enquanto, vamos nos conectando com a doçura e a ternura e, acredite, tudo passa. Talvez sem darmos conta que esteja passando e será um dia, aquele dia, enquanto estivermos revendo uma verdadeira conversa com Deus.
Helyete Santos

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A IDADE DO ÓDIO

A idade do ódio
A gente se lembra muito bem das raivas e dos ódios que permanecem grudados em nossa mente como limos em pedras esquecidas em cantos milenares que a natureza constrói, mas se quisermos mudá-las de lugar, são fortes e pesadas o bastante pra não se deixarem mexer por um milímetro sequer, pelo menos à nossa vista.
No entanto, invertam-se as posições e veremos pedras luminosas, revestidas de luzes em vários tons muito pequenos, mas de acordo com a quantidade são lindas de se ver. Quando criança, dizíamos que estávamos ricas quando achávamos uma e então, contávamos seus brilhos, mas desistíamos logo, porque eram tantos que nos cansavam e deixávamos pra depois.
As pedras são as pedras. Compõem-se e admitem mudanças com o tempo. Só fazem valer o visual diante de nossos olhos que admiram e colocam valores, muitas vezes caros demais por ser uma pedra. Podem até virar pó, se trituradas e espalhadas ao vento em distâncias imensas.
Mas cada pozinho fez parte da criação e hoje se modifica para se encaixar e compartilhar de outras criações e se ver transformado.
Se cada grãozinho pudesse contar suas histórias, teríamos páginas e páginas de mudanças sinceras que se perderam no tempo. Mudaram. E hoje não contam mais tristezas nem alegrias. Partem para um novo lugar, uma nova dimensão, transformados.
O ódio também pode se transformar, mesmo esquecido num canto qualquer, como uma pedra com limo sem significado, sem brilhos contados, sem idade pra contar seu tempo.
Quem estiver com ódio no coração, deixe-o transformar-se em pozinhos milimétricos sem asas para não pousar mais.
Helyete Santos

quinta-feira, 7 de junho de 2012

ONDE EU ESTAVA

Quando a gente se depara com a gente, não consegue decidir nem fazer nada, pois é tudo de repente. Sem projetos nem fantasias. Toda e qualquer energia parece inerte diante de nossos pés, assim como nossas mão tornam-se fracas até mesmo para tocar uma folha qualquer caída no chão.
Foi por isso que parei e ouvi. Consegui ouvir meu próprios passos e percebi que estava parada.Era silêncio à minha volta. O que acontecia não dava para saber.
Eu estava parada naquele lugar há muito tempo. Nada acontecia e meu corpo pedia para que algo mudasse. Nem as nuvens, com as quais eu sempre brinquei, mudavam de lugar. Não se espalhavam pelo céu, nem sombras se faziam pelo chão.
Ninguém poderia se aproximar de mim porque, de fato, eu não estava lá.
Eu via a vida apenas assistindo as cenas. Mas parece que as decisões não eram tomadas por mim, porque, afinal, ir a algum lugar como à sala, à casa da vovó, apenas andar por aí, não são decisões. É simplesmente continuar parada, estagnada por séculos. Viver sem novos projetos, nem risos de si, sem uma lágrima, sem um azul para visualizar, nem a famosa campainha pra tocar.
Até que se faça algo que nos convide a viver, é que passamos a decidir. Decidir estar com alguém para uma nova chamada de um novo dia e assim, me chamo e me convido como a nova parceira da vida para executar em atos verdadeiros tudo o que posso e consigo comigo.
A imensa energia do bem se propaga a todos os cantos e encanta a todos os ouvidos dispostos a me aceitar como um instrumento de paz em perfeita decisão e disposição para viver o que se chama de intensamente.
Helyete Santos

terça-feira, 5 de junho de 2012

DOR DE COTOVELO

Dizem estar com dor de cotovelo todos os que se encontam tristes e mal pagos durante certos momentos da vida. Acredito que vocês já sentiram esta dorzinha que incomoda e, por mais que se mude de posição continua, porque não é bem a posição física, mas aquela que não condiz com a forma que se queria existir diante do problema e não conduz a nada que poderia ser definido como solução.

Pessoas que se dirigem aos bares, sejam homens ou mulheres e passam muitas horas jogando conversa fora ou mesmo lamentando suas pretensas desilusões, sabem muito bem definir a dor da frustração provocada pelas tristezas, pela rebeldia do outro ou pelos conflitos amorosos que se sabe nas horas do outro e de si mesmo, porque quando se encontra o desencontroa gente se frustra e se concede a decepção. Aquela que dizem que só os humanos tem.

Haja cotovelos por todos os séculos debruçados em mesas, estejam elas nos bares ou mesmo dentro de casa. Até numa pizzaria, cercado de amigos diante do prato vazio.

Parece que, mudar literalmente de posição é o que leva à melhor solução. Se, há séculos esta posição não resolveu problema nenhum, levantar e caminhar para uma nova conduta será a possível resposta para o sofrimento. Pelo menos não se perdeu tempo, nem dinheiro. E, a propósito da lei seca , não correremos nem um risco sequer.

Amanhã será um novo dia, e as respostas serão como velhos cartazes ainda expostos no chão onde, à princípio, estaremos recolhidos e contorcidos, mas logonão os veremos, pois estaremos voltados para as novas estrelas no céu envolvendo, de certo, uma flor no nosso caminho.
Helyete Santos