quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DESCALÇAS PELO CAMINHO

 
Aprecio as mulheres que se olham no espelho e se gostam, se mostram contentes com o que veem, imaginam reflexos nos cabelos e unhas pintadas diante das mãos sem anéis e traçam magníficos vestidos torneando seus corpos e caminham descalças pelos caminhos do encontro.
É esta vontade imensa de ser vista e notada que faz a alegria transbordar na mulher. Aí sim, um encontro amplia o espelho e os detalhes, antes não percebidos, transformam-se em grandes projetos para alcançar. Marcam esse momento. E o sorriso inunda o caminho. Seja adornada de grandes brilhantes, ou véus coloridos de singeleza.
 
HELYETE SANTOS

terça-feira, 28 de agosto de 2012

SE ASSIM TIVESSE SIDO

Se assim tivesse sido, hoje seria um dia diferente daquele que planejei. Tudo que é tão óbvio muitas vezes passa a não ter sobriedade diante dos fatos tão perto de nós porque, como protagonistas da nossa história, esquecemos de rever e modificar para, num momento seguinte, deixar de lastimar e viver com nossas potencialidades.
Se assim tivesse sido passa a ser: é como é. E basta.


 HELYETE SANTOS

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

SE TIVESSE SIDO





Pensando bem, não sei hoje o que poderia ter sido, porque a gente acha que reverter situações é fácil, mas não nos comprometemos com a realidade que transforma valores e seduz para novas conquistas.
Assim, o vento que batia nas folhas das árvores há segundos atrás, transformava os desenhos refletidos nas calçadas e o meu posicionamento fazia meus olhos se inebriarem com tantas mudanças.
A paisagem que se altera talvez não seja a mesma ao casal de mãos dadas. Ele chegou numa cadeira de rodas e ela empurrando-o, sorriu-lhe mais uma vez e ajudou-o a passar para um banco de cimento. Ajeitou-o com carinho sobre uma almofada preta.
Talvez tenham perdido a cena que eu via, mas ganharam o cenário constante de quem se diz companheiro e amante de novas conquistas.
HELYETE SANTOS

sábado, 11 de agosto de 2012

HOMENS X PAIS

Independente do que fazemos hoje ou do que já fizemos um dia, muitas vezes sozinhas, e demos conta, pelo menos aparentemente, sabemos que não fomos completas como gostaríamos de ter sido.
Se Deus aplicou à criação o homem e a mulher, é porque eles são importantíssimos na evolução de seus filhos. Mas não é assim que acontece com as famílias, atualmente.
Fazemos o papel do outro e sabemos que não conseguimos substituir perfeitamente o que não é próprio de nós. Não adianta ficarmos filosofando, porque como filhos, por mais que a nossa mãe tentasse fazer as vezes de nosso pai, e tenha méritos incalculáveis por isso, a falta desse homem em nossa vida é sempre sentida.
Lembro do meu pai sentado à beira de sua cama, conversando comigo sobre coisas que hoje não sei descrever, mas me deram a força e a coragem para saber discernir o bem, do mal e formar valores que trouxeram, ao meu caminho, a luz de viver para o bem.
Se eu pudesse, ainda pediria seu colo e o envolveria em abraços, com laços coloridos da mais perfeita seda. Suave para entrelaçar nossos caminhos, à luz do mais perfeito instrumento que posso ser: a paz.
Só posso, então, agradecer à bênção que tive e desejar a todos os homens – pais que cumpram a missão de educadores, assim presentes em seus lares, confiantes em suas propostas, amigos de seus bebês e dos homens adultos que um dia serão e sempre precisarão de seus conselhos e de seus ombros amigos.
E nós, mulheres, aplaudimos vocês, pais, que fizeram dos seus limites a taça da verdade entregue ao bem; complementaram nossas dúvidas e engrandeceram a vida de seus filhos com sabedoria; erraram e acertaram seus atos como todos aqueles que fazem o que julgam que devem fazer e transbordaram a vida de seus filhos de amor.
Fica o espaço unido em elos inseparáveis de amor e gratidão para aquele que nunca será esquecido, passe o tempo que passar. Esteja aonde estiver.
HELYETE SANTOS

domingo, 5 de agosto de 2012

É PROIBIDO

O que está proibido é o que não se pode fazer e, logicamente, nem pensar. Mas pensar fica distante, assim fechado numa caixa intransponível e todos nós podemos fazer nossas conjeturas, mesmo que sejam as mais patéticas e dispensarmos nosso tempo sem darmos satisfações a ninguém.
E a paixão? Dizem que não é o melhor sistema para deixar que se manifeste por aí, mas ela dá o brilho nos olhos e cria pensamentos até proibidos e insensatos. E daí, quem pode mudar isso? Não é proibido se apaixonar por alguém, mesmo considerando impossível, irreal, maluco e ela, a referida paixão, dá e trás a expectativa de mudar o percurso todo só para a gente ser feliz de novo. Sim, porque um dia já fomos felizes, nem que tenha sido só durante o primeiro choro para anunciar: “papai e mamãe, estou aqui”.
Com ou sem proibição, a voz da consciência grita que, sem paixão, não há tesão. E, sem tesão, não há solução...pra nada.

HELYETE SANTOS

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O LEITE DERRAMADO


Se o leite sujou o fogão, se o arroz grudou na panela, se o traço do olho ficou muito espesso ou até se aquela blusa vermelha não serve mais, não adianta chorar. É melhor atentar para o que se deixou de fazer ou para o que se fez em excesso e partir para o equilíbrio.
Deixar de tentar tem todo o seu mérito quando a gente tem certeza de que o outro já está saturado de tanto ver você tentar e já disse, com falas expressas ou olhares de água morna, que não aguenta mais você por perto.
E a sua dignidade? Vai tentar contra ela também? O tempo acabou e o espaço está ocupado com outro roteiro.
Agora é hora de limpar o fogão e reivindicar de você a própria coerência nos próximos atos. Pode ser que outros leites se derramem, mas você já teve a oportunidade de colocar outro pra ferver. E, nesse período, deu também para aprender o que não se deve fazer para que não aconteça novamente e as lágrimas tenham que rolar.
HELYETE SANTOS