terça-feira, 6 de dezembro de 2011

NA SOLIDÃO

Vamos deixar de lado os medos e as carências, se assim quisermos.
É fato que, no passado, ainda bem pequenos, nos deixavam trancados em quartos
( muitas vezes escuros ) e o legado aí está: medo de ficar sozinho e de todo o escuro que não
se configurar como falta de claridade. Nossa! Que escuro será esse?
Com isso, então, é preferível estar acompanhado. Mas será só isso?
Diante de tantos medos vem o da solidão, que para muitos torna-se pavor. Então a vida fica
aliada a um futuro que tem como meta não ficar só.
É assim que muitos fazem de tudo para manter amigos que chamam de “leais”. Só para tê-los
como parceiros, simplesmente alguém ao lado.
A solidão engaveta desenganos. E engaveta a coragem para um novo dia.
Convivemos muito bem sozinhos se temos a própria “vida” como companheira. Ouvir
uma música, enfrentar um computador, ler, fazer um prato diferente para o almoço, equilibrar
a xícara de café, dizer alô, cumprimentar alguém sorrindo são excelentes referências
ao ato de estar só, e estar bem.
Asolidão reina também nas grandes festas, onde não se dispõe do companheirismo verdadeiro, não sentimos nenhum olhar, nem palavras aos ouvidos.
E nem ouvidos para dizer aquilo que o coracão poderia e gostaria de revelar.
Preparar as flores para a grande primavera revela o que basta para ser por inteiro.
Somos o tempo. Somos tudo e bastamos para a vida.
Importa a própria forca da vida para deixá-la seguir e sentir que podemos emergir com
alegria.
Estar só é apenas um momento de legado que facilita a reflexão de, em outros momentos
juntos, viver a intensidade do próprio momento.
Helyete Santos

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