domingo, 11 de dezembro de 2011

ACABO DE CONCLUIR

                                                    


Os meus hábitos nem sempre estão de acordo com as minhas necessidades.
Uma mulher criança está na lembrança dos dias felizes. Nem sempre delimitados, com descrições perfeitas. Os laços dos vestidos,muitas vezes não combinam com os tons impregnados do tecido, mas era assim que vestíamos os vestidos com renda nas golas e saias de pregas abaixo dos joelhos.
Hoje, muitas de nós, sentem-se incomodadas ao se olharem no espelho: os laços continuam não combinando com os vestidos.
Nós nos deixamos vestir sem a graça da esperança e sem o limite da alegria.
Fazer o que não se tem vontade, o que não se acredita, desfaz o gosto de tudo e tudo parece romper em medos e tristezas. São medos que estão nos atos que não fazem o melhor que se pode fazer.
É assim que, coberta de orgulho, a mulher mente a si mesma e sai pelas ruas ostentando brilhos para disfarçar a macabra febre de existir.
Lógico: quem não se encontra, não encontra a alegria que a Vida esparrama sob nossos pés.
E os laços prendem, amarram, incomodam. Caem e se relaxam. São pisados. E não fazem mais parte do vestido.
Sentir-se assim é deixar de viver o momento mais precioso que a Vida oferece.
Se, por estar sozinha, mesmo com filhos, marido, e todos os amigos à volta, faz parte do teu cenário, é hora de trocar o laço e ainda: tirar o vestido. Cobrir-se, só de glórias e conquistas, como aquelas que, quando criança, abriam-se para o Universo das gargalhadas: puro prazer de fazer o que se quer e quando se quer.
As necessidades existem, mas podem ser manipuladas e tratadas como o exercício do alcance ao prazer.
A Vida nos dá, como mulher, a menina de lindos cabelos, esvoaçando ao vento ameno, caminhando com os pés leves sobre o caminho do bem; elevando as mãos e carregando a força da própria Vida.
E o vestido?
É lindo!
E o laço?
É maravilhoso!
Mas...se quiser, mude!
Helyete Santos

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