sábado, 21 de abril de 2012

A PERMANÊNCIA DO AMOR

Encontrei um dia desses um professor de metafísica e discutíamos sobre o amor que vive e o que morre. Aquele que dizem desabar, que nunca mais vai existir. Será? Mas não só dizem, eu também estava passando por esta fase e me fazia muitas indagações.
Uma grande parte das pessoas acha que, quando se rompe um relacionamento, o amor termina também. É como se dentro de nós não ficasse mais nada. A não ser um vazio. Uma cratera de rua que todos evitam passar por perto e se enojam do visual: feio, sem razão de lá estar, só incomodando aos passantes. Assim, alguns de nós fogem de dizer alguma coisa, mesmo narrar uma pequena lembrança.
O amor acabou. Nada mais me interessa, nem ninguém. Fico com a imagem de que estou só com tudo o que me basta. E este basta se encerra comigo.
Se deixarmos aflorar um pouco desse basta, veremos que o sentimento não acabou como pensamos. Ele continua existindo como tudo que existe, como a roseira sem rosas, mas bastando por si no momento em que volta a florescer. É só deixar que a vida deixe se envolver pela própria vida e tudo irá acontecer.
Será como a luz de um novo dia, mesmo com o sol escondido por detrás das nuvens.
Resolvi, então, falar comigo num diálogo sincero, sem demagogias, de verdade. Senti que havia algo dentro de mim que gritava bem forte e que me fazia sentir que de fato o amor não havia me deixado. Só eu é que não conseguia identificá-lo, e me punia, me agredia.
Tudo o que está conosco continua como dádiva dos céus. Só modificamos as vitrines. Outros encontros virão, se deixarmos, é claro, mas o amor que tenho será o meu amor. Aquele que saberá identificar um novo amante e acrescentará novos aprendizados.
Portanto, é bom ouvir aqueles que têm muito a dizer e que sabem te ouvir.

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