segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MURALHAS DE MÁGOAS


Entre as mulheres é muito comum, entre o desespero da relação e a atitude a ser tomada, criar mágoas e ressentimentos como forma de valentia, forças para agir e depois não ser taxada de incoerente, má, culpada pela separação seja ela qual for.


“O que ele me fez não tem desculpa” é frase comum e absurdamente mais colocada nos papos femininos.


Vamos lá! A defesa nos encontros femininos exposta assim, já não tem mais valor. Como chegou até aí, é que deve ser discutida, uma vez que o casal chegou junto, mesmo com discussões e lutas mais fortes de um lado do que de outro, com tentativas de salvar a relação e, ao mesmo tempo, tijolo a tijolo, construindo as paredes de defesa.


Os homens se dizem também grandes vítimas. Alguns, até chegam a pedir o colo da família da mulher para disfarçar suas atitudes “inesquecíveis”na história da relação. E ficam por aí.


Mas, como diz nosso poeta Vinícius de Moraes, “que seja infinito enquanto dure” o amor pode ter um tempo que desconhecemos, contemplado pelas nossas doações, que findam num prazo limitado do ilimitado. O amor continua dentro de nós. Só muda para quem o dedicamos.


Acabou. Creio que é o melhor argumento que temos para nos defender do que não é ofensivo.


As muralhas podem cair. Romper a verdade. Vingar-se de quem as levantou caindo gota a gota, como lágrimas. Aos poucos.


Contudo, gastamos um tempo da nossa vida muito precioso para fingir. Brincar de faz de conta. E a conta aumenta com as nossas mentiras, muitas delas que já fazem parte do mecanismo da nossa personalidade. É preciso muita atenção.


Ver cada dia como um novo dia é muito difícil, mas é a melhor proposta para deixar as mágoas e definir outros conceitos que podem nos fazer mais compreensivos com os outros e conosco. E assim, tudo pode recomeçar.




Helyete Santos

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