É o que acontece na maioria das vezes. A gente se adapta à janela fechada porque o trilho quebra, à chave sem chaveiro, ao salto do sapato ralado, às conversas sem graça da nova equipe de trabalho, ao toque do celular estranho que parece ser do outro que passa por nós,mas não é, aos personagens da televisão que não se dirigem a mim com exclusividade, à roupa de cama surrada, ao espelho que não mostra mais o que eu queria ver.A gente se acostuma a tantas e tantas coisas que, quando se dá conta, vive um tempo que é outro daquele que um dia se tentou viver.São resultados dos testes que nos aprovam só para dizer que ainda somos capazes de mais alguma coisa. Na realidade, gostaríamos de jogar tudo para o alto e gritar a todos, mesmo para aqueles que não querem ouvir, que vamos mudar para, pelo menos, nos darmos a chance de derramar uma lágrima, soluçar e vivenciar um só momento de gratidão ao Universo e por conhecermos um pouco de nós e reconhecermos o que queremos de nós.
HELYETE SANTOS
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